EXPERIMENTAR A PALAVRA DE DEUS NA VIDA DO POVO

    São muitas as motivações que me levaram a participar da 4ª Experiência Missionária. Dentre estas, destaco o fato de ter participado de outras experiências que abriram minha visão para a importância de se fazer a missão como seminarista diocesano. O que também motiva é a profundidade das temáticas e lemas que são apresentados a cada ano. A primeira “Vai e faze tu a mesma coisa” (Lc 10, 37). A segunda “Estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22, 27). A terceira “Pela tua palavra lançarei as redes” (Lc 5,5) e quarta “Eis aqui a serva do Senhor, Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

  Por ser seminarista da Diocese de Santarém, Diocese esta que promove a Experiência Missionária, vejo a importância de formar padres que sejam missionários na nossa realidade que tanto necessita de pastores comprometidos com a missão. Logo, o que me motiva é saber que o povo tem sede de Deus e espera de nós o anúncio da palavra para nutrir e confortar suas vidas. Nossa missão é anunciar que Jesus é esse conforto e que concede a todos uma vida nova. Outro motivo é a riqueza de conhecimentos que a missão oferece. O povo tem muito a nos oferecer e a ensinar, pois são os melhores conhecedores da realidade na qual vivem. Eles são capazes de mostrar através de poucas palavras e pequenos gestos a grande bondade de Deus. O fato de estar inserido numa diocese que desde seu surgimento tem em vista a missão, fortalece ainda mais a vontade de continuar com essa prática missionária.

   Diante da realidade apresentada com seus desafios, vejo que o sim de Maria, “Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38) é luz que permite a ação de Deus na minha vida.

    Dessa forma, o contato com a Palavra de Deus e com o povo anima e fortalece a minha decisão de ser missionário aberto ao serviço, ao diálogo, anúncio e testemunho de comunhão.

    A Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini do Papa Bento XVI esclarece: “juntos escutamos e celebramos a palavra do Senhor. Narramos uns aos outros aquilo que o Senhor está a realizar no Povo de Deus, partilhando esperanças e preocupações. Tudo isto nos tornou conscientes de que só podemos aprofundar a nossa relação com a Palavra de Deus dentro do “nós” da Igreja, na escuta e no acolhimento recíproco”.

    A Experiência Missionária é esse momento de escuta e celebração, de partilhas, de esperanças e preocupações. É também poder vivenciar com o povo e descobrir que ali Deus está presente. Assim, experimento a presença de Deus no meio das comunidades, das famílias, dos jovens, das crianças, dos doentes e de todos aqueles que, com o rosto desfigurado ou não, transmitem-nos sinais de um Deus humano e misericordioso.

    Portanto, essa experiência me levou a questionar o ser padre missionário neste chão da Amazônia, tão rico mais cheio de desafios. Qual o perfil de padre que a Igreja necessita? É possível ser padre e missionário? Que caminhos estou percorrendo para melhor servir ao Reino de Deus, na vivência com as comunidades?

    A meditação da Palavra de Deus, a oração pessoal e comunitária e o encontro com as pessoas me fizeram ver, mais claramente, o perfil de padre missionário diocesano que devo assumir. Logo, verifica-se que a Igreja necessita de padres que saibam dialogar, escutar, partilhar, caminhar junto com o povo e que busque construir uma Igreja viva e missionária.

    Deste modo, verificamos que o perfil exigido pela Igreja para sermos padres missionários nos tempos atuais e nas nossas Igrejas particulares com seus desafios, requer de nós uma abertura constante para escutarmos o povo e deixarmos ser iluminados pela palavra de Deus.

    Peço a proteção de Nossa Senhora da Conceição padroeira de Nossa Diocese para dedicar-me inteiramente ao anuncio do Reino do seu Filho a todas as criaturas.