sábado, 12 de fevereiro de 2011

SANTÍSSIMA CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA - CEM ANOS DA DIOCESE EM MISSÃO.


É ano de festa! A Diocese de Santíssima Conceição do Araguaia se prepara para celebrar sua história de missão neste chão durante esses 100 anos do Sul do Pará.
Tudo começou quando Frei Gil Vilanova, em 1897 desembarca na beira do rio Araguaia para dar início à Missão entre os índios Caiapós e os primeiros migrantes. “Seu primeiro gesto é celebrar a missa debaixo de um pequizeiro e consagrar à Imaculada Conceição de Nossa Senhora todo o trabalho que estava para realizar. “A Virgem Imaculada Conceição é a Padroeira deste local e de toda esta região!” Não foi apenas um gesto devocional, sem conseqüências. Foi uma opção colocar debaixo da proteção de nossa Senhora toda aquela Missão, imitando em tudo o jeito terno e perseverante da Mãe de Jesus Cristo.” É o que contempla a cartilha da Missão Mariana de 2007.
Mas a fecundidade da “Catequese” torna-se evidente. Em 1911, a ereção da Prelazia de Santíssima Conceição do Araguaia manifesta o reconhecimento pelo Papa Pio X de toda esta obra. As fazendas que sustentam os trabalhadores religiosos e leigos e fazem possível a assistência com as famílias mais carentes, o início das obras da catedral, o Festejo são tantos sinais da benção de Deus sobre esta Cidade que recebeu de Maria o seu nome.
As transformações progressivas da mata, o fruto do esforço de educação dentro e fora da cidade, a inculturação do Evangelho pelos esforços de traduzir na língua dos Caiapós muitos trechos do evangelho e a difusão sempre mais distante das desobrigas conduzidas pelos religiosos: eis a expressão do sorriso e da ternura de Deus-Amor que recompensa desde já ao cêntuplo os sacrifícios aceitos por amor e vocação.
Com a ambição do regime militar, começa uma nova era. A migração intensiva, o trabalho escravo, a exploração feminina desenham novos traços no semblante de Conceição. A injustiça da grilagem e dos conflitos de terra derramam lágrimas e sangue num povo que sonhava com a paz.
Diante da resistência de muitas Comunidades Eclesiais de Base, a perseguição contra a Igreja se faz mais forte: imposição do silêncio, prisões em São Geraldo, longa detenção dos padres e dos pais de família desta região.
A força e a perseverança das comunidades se inspiram na Palavra e nas Assembleias do Povo de Deus: os Círculos Bíblicos, as criações de paróquias oferecem o apoio de que precisam os humildes na sua luta contra os poderosos.
A Caridade se intensifica, encarnada de maneira sublime nas figuras de Monsenhor Augusto, de Dona Paula e de Irmã Renée. Ela faz a diferença entre os projetos dos homens e os de Deus. Quando o conhecimento, o amor e o seguimento de Cristo se fazem tão fortes, as comunidades estão prontas para o testemunho supremo. O martírio é mais uma graça de Deus à sua Igreja, manifestando a fidelidade que a anima, apesar de tantas perseguições. Chega o dia em que o próprio Pastor do rebanho é ferido de morte, levando consigo o seu segredo: será que foi mesmo envenenado?
Antes do ano de 2000, as CEBs sentiram a necessidade de se lançar numa evangelização ousada, e souberam abraçar uma iniciativa rica de frutos: as “Santas Missões Populares” nasceram em nossa Diocese, antes de se atrapalhar pelo Brasil afora, provocando um despertar inesperado.
Os três anos de preparação para o Jubileu do ano 2000 e durante os anos seguintes trouxeram uma nova esperança à Igreja. Os dois Projetos nacionais de Evangelização da CNBB “Igreja para o novo Milênio!” e “Queremos ver Jesus, Caminho, Verdade e Vida!” apoiaram esta volta para os atos dos Apóstolos e para a pessoa de Jesus que levantou as comunidades.
Dom Pedro soube acompanhar esta evolução pela celebração do jubileu através de grandes Congressos (eucaristia, Juventude, Família e RCC). Ele trabalhou muito para fortalecer a Pastoral Familiar e a da Juventude, e para integrar melhor a RCC no semblante da diocese. Re-implantou a Pastoral indiginista com a colaboração dos Missionários Xaverianos. Criou uma escola de formação para animadores de comunidades Escola de Formação de Animadores, EFA). A 16ª Assembleia do Povo de Deus (outubro de 2001) conclamou para a construção de uma “Igreja viva de pedras vivas”. As reformas e construções também foram abundantes e profundas, permitindo um desabrochar das comunidades e das paróquias. Suscitou várias iniciativas pastorais ou sociais: projetos no meio rural, e “Projeto Cidadania”.
A Diocese sofreu ainda muito a falta de padres (a ponto de Dom Pedro assumir pessoalmente a responsabilidade de paróquias durante meses). Enfrentou a dificuldade de ordenar jovens paraenses, mas recebeu a ajuda de vários padres da Diocese de Brescia que ajudaram a vencer esta fase difícil. Dom Pedro conseguiu ainda criar o Seminário Maior e o Seminário Menor. Em dezembro de 2005, saiu, e o trabalho da Pastoral vocacional continua o seu esforço.
A vacância episcopal (fevereiro de 2005-março de 2006) provocou uma série desarticulação em vários setores vitais da Diocese que Dom Pedro tinha reerguido. No meio da “crise de sentido” gerada pelo impacto da globalização, a urgência da Missão se manifestou a cada dia mais forte, até que a V Conferência dos delegados do CELAM, em Aparecida, evidenciasse a necessária ‘conversão pastoral”, para que a Igreja vivesse “em estado permanente de Missão”. O Jubileu da Padroeira, em 2008, trouxe várias Congregações religiosas de quem a nossa diocese tem urgente necessidade.
Diante desta preparação para a festa do Centenário, nossa Igreja percebe que “É preciso um novo Pentecostes, uma renovação da ação da Igreja, uma nova etapa pastoral marcada por um ardor apostólico e um maior compromisso missionário para propor o Evangelho de Cristo como caminho à verdadeira conversão vida que Deus oferece aos homens...Precisamos renovar as comunidades eclesiais e as estruturas pastorais em vista de uma ação realmente missionária, que ponha todo o povo de Deus num estado permanente de missão”. Simultaneamente, acontece a 17ª assembléia do Povo de Deus: a Assembleia do Centenário”.

REFERÊNCIA;
CARTILHA DA ASSEMBLEIA DO CENTENÁRIO. Santíssima Conceição do Araguaia Cem Anos da Diocese em Missão! ArtGraf, 2007-2008.
PROJETO PASTORAL DA DIOCESE. Rumo ao Centenário. Paraki Gráfica, 2009-2012.

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